sexta-feira, 6 de junho de 2014

10 dicas para organizar uma festa junina educativa

É possível fazer uma festa junina legal e ainda comprometida com a aprendizagem das crianças e dos adolescentes


 
Descobrir a origem da festa junina pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa
Pé de moleque, canjica, pamonha, bolo de milho, bandeirinhas, fogueira, chapéu de palha, sanfona e arraiá. Todo mês de junho é assim: tiramos do armário as camisas xadrez e os vestidos de chita, pintamos sardinhas nas meninas e bigodinhos nos meninos e vamos satisfeitos para a festa na escola, pensando em todos os quitutes deliciosos que nos aguardam.

Esquecemos o principal: o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita para engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças?

Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos. O Educar Para Crescer consultou alguns pedagogos e um antropólogo e elencou algumas dicas para garantir que a sua festa junina seja uma verdadeira aula.
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Procurar o sentido original da festa
Qual a origem da festa junina? Descobrir isso pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa. E é importante motivar os alunos a buscarem esta resposta. Saber que a tradição vem dos festejos de agradecimento aos santos pela colheita do meio do ano e que, por isso, a maioria dos quitutes é feita de milho, por exemplo, pode despertar neles o interesse pela história. "É necessário recuperar o porquê da tradição da quadrilha, das comidas, da fogueira, para que a festa junina não vire uma mera caricatura do mundo da roça", diz o antropólogo Jadir de Morais Pessoa, professor titular da Universidade Federal de Goiás, especialista em folclore.
2. Descaricaturizar o homem do campo
Homem do campo não é Jeca Tatu. É importante apresentar o campo de uma nova maneira. Tirar o olhar de deboche sobre o caipira, manifesto muitas vezes pelas roupas exageradas ou por posturas imbecilizadas. "Trazer uma pessoa da roça para contar dos saberes, descaricaturizar o homem rural. Festejá-lo como sujeito portador de saberes", indica o antropólogo Jadir de Moraes.
3. Resgatar as manifestações culturais
Um dos elementos mais importantes das festas juninas são as danças e as músicas populares. Muitas escolas contratam profissionais especializados em cultura popular para valorizar e aprofundar esse universo e desenvolver com os alunos as danças e as canções típicas. Elas não se limitam a contratar sanfoneiros e conjuntos para meras apresentações, fazem mais: colocam os alunos para dançar e até para criar as músicas, apresentam a "Congada", dança de Minas Gerais;  o "Bumba meu Boi", do Maranhão; e a tradicional quadrilha",  Xaxado, etc.
4. Envolver os estudantes no assunto  
Como motivar os estudantes e trazê-los para o projeto? Fixar painéis por toda a escola. Os cartazes, confeccionados pelos próprios alunos, trazem curiosidades e atrai a atenção para o evento.
5. Trazer os alunos para a preparação da festa  
As festas juninas escolares devem ser feitas por e para os alunos. O objetivo é estimular o senso de autonomia e de cooperação, reforçando a importância do trabalho comunitário na escola. Para isso, é importante envolver os estudantes em todo o processo, desde a confecção dos estandartes e bandeirinhas à organização das brincadeiras.
6. Associar o conteúdo escolar à festa junina
A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Cada classe pode ser  responsável por uma barraca e cada barraca apresenta transversalmente o projeto trabalhado em classe. 
7. Valorizar o brincar  
Uma das tradições da festa junina são as brincadeiras: pescaria, boca do palhaço, jogo da argola, corrida de sacos, pau de sebo, entre outros. Os jogos juninos são a grande diversão da garotada e podem ser uma boa maneira de transmitir valores de cidadania para os alunos. Bom exemplo são as próprias crianças serem responsáveis pela confecção das prendas. Podem fazem colares, cadernos, trabalhos em argila e todo tipo de brinquedos.
8. Estimular a participação da família 
A participação dos pais e familiares é importante para as festas juninas em vários aspectos. Para começar, quando comparecem os pais estimulam a criança e reforçam a auto-estima. Mas eles também podem contribuir na organização.
9. Não fazer a festa no horário das aulas  
É muito importante não atrapalhar a rotina e a programação escolar por causa da festa. A começar pela escolha da hora e da data do evento. Não pode ser no horário letivo. O melhor é fazer aos sábados, domingos ou depois das aulas. 
10. Não usar a festa para arrecadar dinheiro  
A festa junina não pode ser apenas um pretexto para se arrecadar dinheiro para melhorias na escola. Precisa se auto-sustentar, é claro, mas não precisa gerar lucro. Podem utilizar a festança para juntar recursos para instituições de caridade. Pedindo para que as pessoas tragam doações, que repassamos à ONGs que ajudam pessoas carentes, arrecadando utensílios de higiene, fraldas geriátricas e roupas para uma instituição. 

 

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